Em um mundo em rápida transformação, onde a busca por modelos econômicos mais justos, inclusivos e sustentáveis se intensifica, as cooperativas emergem como protagonistas de um novo paradigma de desenvolvimento. A Organização das Nações Unidas, ao declarar 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas, chancela e amplifica essa constatação: o cooperativismo não é apenas uma alternativa viável ao modelo econômico tradicional, mas uma força estruturante de uma sociedade mais equilibrada, solidária e resiliente. Esses valores serão festejados no 1º sábado de julho, quando o planeta comemora o Dia Internacional do Cooperativismo.
As cooperativas são expressão viva de um sistema que alia eficiência econômica e responsabilidade social. Mais do que instituições produtivas, são organismos vivos constituídos por pessoas que compartilham valores, propósitos e sonhos. Regem-se por um modelo de gestão democrática e participativa, em que cada associado tem voz e voto – um princípio que ressignifica o papel do indivíduo nas decisões estratégicas e no futuro do empreendimento coletivo. A imagem de uma assembleia geral, onde centenas ou milhares de cooperados deliberam em conjunto, traduz a essência da governança cooperativista: colaboração, confiança mútua e compromisso comunitário.
No Brasil, e em especial em Santa Catarina, as cooperativas assumem papel decisivo no desenvolvimento socioeconômico. Estão presentes nos mais diversos setores – agropecuário, crédito, saúde, educação, consumo, infraestrutura, transporte, seguro etc. –, impactando positivamente a vida de milhões de pessoas. Ao gerarem emprego, renda, inclusão e bem-estar, constroem pontes entre o crescimento econômico e a justiça social.
É preciso, portanto, fortalecer o reconhecimento institucional do cooperativismo como eixo estratégico da política nacional. Além disso, é fundamental a formulação de políticas públicas que incentivem e apoiem o cooperativismo em todas as suas vertentes. Isso passa pela ampliação da inserção das cooperativas em novos mercados, pela sua inclusão nos espaços de representação política e nos conselhos deliberativos de políticas públicas, e pela valorização de sua capacidade de gerar inovação, competitividade e coesão social.
A força transformadora das cooperativas também se revela no enfrentamento de desafios globais. O modelo cooperativista está intrinsicamente ligado à Agenda 2030 da ONU e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. As cooperativas contribuem para a segurança alimentar, para o combate à fome e para a valorização dos produtos do campo. São peças-chave na transição para uma economia de baixo carbono, seja pela promoção de práticas agropecuárias sustentáveis, seja pela adoção de tecnologias limpas e de responsabilidade ambiental.
Em um tempo em que se rediscute o papel das instituições, o sentido do progresso e os rumos do capitalismo, as cooperativas mostram que é possível crescer distribuindo riqueza, gerar resultados com equidade e inovar sem deixar ninguém para trás. Representam, enfim, um modelo de economia centrado no ser humano, na solidariedade e na sustentabilidade. Que o Ano Internacional das Cooperativas seja não apenas uma celebração, mas um marco para a consolidação do cooperativismo como vetor indispensável de um novo projeto civilizatório. A Ocesc conclama lideranças públicas e privadas, gestores, legisladores e a sociedade em geral a reconhecer e fortalecer as cooperativas como agentes transformadores da realidade – hoje e no futuro.