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Unicopas divulga Carta Aberta ao Governo Brasileiro, à líderes e delegações da COP 30

27/10/2025

A União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas) divulgou nesta sexta-feira (22), a carta aberta endereçada ao governo brasileiro e aos líderes que participarão da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30). Este documento surge como uma potente manifestação do cooperativismo solidário, com o objetivo de assegurar que as vozes e propostas das cooperativas sejam devidamente integradas na agenda climática, tanto no âmbito de políticas públicas no Brasil, quanto a nível internacional.

A carta será encaminhada à Secretaria Geral da Presidência da República, para que também seja apresentada à Comissão Organizadora da COP 30 no Brasil.

Contexto e importância da carta

A COP 30, programada para ocorrer em Belém (PA) entre os dias 09 e 21 de novembro de 2025, representa uma oportunidade ímpar para que o Brasil se posicione de maneira firme na luta global contra a crise climática. Por isso, a Unicopas promoveu a Pré-COP das Centrais de Cooperativas Solidárias, em Brasília, no dia 15 de outubro. A atividade reuniu representantes das centrais do cooperativismo solidário  -  Unicafes (União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária), Unisol (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários), Unicatadores (União Nacional de Catadoras e Catadores do Brasil), Unicrab (União Nacional das Cooperativas da Reforma Agrária Popular do Brasil) e convidados de diversas esferas, incluindo o poder público, movimentos sociais e especialistas. 

Nesta carta aberta a Unicopas reúne as reflexões e propostas sistematizadas na Pré-COP e  também todas as reflexões e propostas discutidas nas quatro centrais ao longo do ano na preparação da COP 30. 

Principais propostas 

Neste documento, a Unicopas aponta um conjunto abrangente de eixos que ressaltam a relevância do cooperativismo solidário no enfrentamento das crises socioeconômicas e ambientais que ameaçam e atravessam a vida humana, ao mesmo tempo em que colocam em risco os direitos da natureza. Dentre as propostas apresentadas, destacam-se:

1. Inclusão nas delegações: A Unicopas enfatiza a necessidade de assegurar que representantes de cooperativas solidárias, incluindo catadores de materiais recicláveis e agricultores familiares, façam parte das delegações oficiais, garantindo assim que suas vozes e experiências sejam consideradas nas discussões climáticas.

2. Reconhecimento da Economia Solidária: A carta defende que a Economia Solidária seja reconhecida como uma resposta essencial e eficaz à crise climática, fundamentada em práticas de autogestão, colaboração e sustentabilidade, que são vitais para a construção de um futuro mais justo.

3. Financiamentos direcionados: A proposta inclui a criação de linhas de financiamento climático que atendam especificamente cooperativas solidárias, facilitando o acesso a microcréditos e recursos destinados a apoiar práticas sustentáveis e inovadoras.

4. Adaptação e mitigação de riscos climáticos: O documento propõe a criação de programas territoriais de resiliência climática com protagonismo das cooperativas, envolvendo sistemas de alerta precoce, diversificação de culturas e práticas agroecológicas.

5. Terra, território e soberania alimentar: A carta defende o acesso à terra como condição essencial para a produção de alimentos saudáveis e para a sustentabilidade econômica e ambiental dos territórios. Pede também políticas integradas de reforma agrária, regularização fundiária e proteção dos territórios tradicionais, fortalecendo o direito de uso e gestão comunitária dos bens comuns.

Papel transformador do cooperativismo solidário

O cooperativismo solidário é visto como uma alternativa viável e necessária para promover justiça climática em um contexto em que as comunidades mais afetadas pelas mudanças climáticas são, em sua maioria, as populações negras, periféricas e indígenas. A Unicopas destaca que o fortalecimento de redes de apoio e a valorização de saberes ancestrais são fundamentais para garantir uma transição justa e eficaz, que atenda às necessidades de todos.

carta aberta não é apenas um apelo por reconhecimento, mas uma verdadeira convocação à ação coletiva. “Acreditamos que não haverá futuro sustentável sem a valorização das experiências que já constroem outra economia – uma economia que emerge de baixo, pautada pela dignidade, justiça e soberania popular”, afirmam os representantes da Unicopas. Esta iniciativa marca um passo significativo na inclusão do cooperativismo na agenda climática, promovendo um modelo de desenvolvimento que prioriza solidariedade e equidade.

Acesse e leia a carta na íntegra

Unicopas

 

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